Pensar no Natal
Caio sempre no mesmo erro.
Primeiro olho para o que tenho e começo a agradecer pelas mil coisas que me sobram. O meu marido, os meus filhos, a minha família com mais ou menos desencontros. A nossa saúde.
Depois olho à minha volta. Que importância tenho na vida dos outros. Significo para alguém? E os que nos estão mais próximos não contam para a equação. Sei que sou importante para o meu marido, para os meus filhos. Mas e o resto das pessoas que me rodeiam? Faço diferença?
Depois tenho saudades dos que faltam, e penso neles até às lágrimas.
A minha bisavó que me deu a poesia, a minha avó que sempre me deu mantas e sacos de água quente a fazer lembrar o Natal, a minha prima mais velha que me/nos deixou cedo demais.
É inevitável. Faz parte do balanço. Dos 12 meses. Pensar no que foi bom. No que foi mau. No que é obrigatório mudar.
Olho para mim também. Talvez antes de olhar para tudo o resto. Umas vezes desculpo as minhas falhas, outras não me perdoo. E falho muito. E culpo-me e desculpo-me mais. É no Natal que mais me apercebo das falhas da vida, das desilusões por ser uma época absurdamente emotiva. Também é por isso que não me esqueço de agradecer e de abraçar os que amo e me amam e os que gostam que faça parte das suas vidas, tal como eu.
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